A Página 21 promove entre os dias 25 e 27 de novembro próximo, em Olinda, o II Encontro Tocando Pífanos, que reunirá bandas e pesquisadores de vários estados brasileiros para apresentações musicais, palestras, debates e oficinas. Como na edição anterior, realizada em 2009, a idéia é ampliar a difusão do tema e agregar os interessados nesta tradição musical. O evento tem patrocínio da Chesf, através da Lei Rouanet, e apoio da Prefeitura de Olinda.
Há poucas certezas sobre a gênese do instrumento conhecido como pífano, pífaro, ou até mesmo gaita – dependendo da região do Brasil. Alguns estudiosos acreditam numa origem indígena, outros observam as raízes desta flauta rústica na Europa. O fato é que um canudo, extraído geralmente de qualquer espécie de bambu, com furos para soprar e emitir notas musicais vem da Antiguidade. Tanto assim, que ele já foi definido como vetor da “música do começo do mundo” pelo falecido pifeiro Manoel Inácio, da Banda Cabaçal São Sebastião, da Paraíba.
Esta espécie de sonoridade arquetípica, possivelmente, explique a relação do instrumento com a música chamada por convenção, de “tradicional” ou “de raiz”. No Brasil, os pífanos foram usados originalmente no meio rural, invariavelmente, em cerimônias religiosas, como novenas para santos ou “enterros de anjos” como eram chamados os funerais de crianças no início do século 20.
Ao realizar a segunda edição do Tocando Pífanos, a Página 21 mantém o viés do evento anterior - o qual seja preservar a história do instrumento e revelar suas identidades, mas também abre espaço para as vertentes contemporâneas. Tanto assim, que na programação consta tanto a banda Bendengó, da Bahia, como o Pife Muderno, do carioca Carlos Malta.
A diversidade do encontro (apresentações musicais, oficinas, palestras e feirinha de instrumentos, CD`s e DVDs) reforça o compromisso da Página 21 em aprofundar o debate sobre oDIVERs muitos aspectos da cultura nacional. Mais que isso: oportuniza à população pernambucana melhor acesso à produção artística de qualidade. E tudo de graça ! (Rafael Coelho)